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Política

A Liberdade e o Pluralismo

A Liberdade e o Pluralismo
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Quando os discursos oficiais do Governo tornam-se agressivos e musculados, devemos adoptar uma mentalidade flexível, resistente, capaz de amortecê-lo.

Por hoje, em pleno séc XXI, há muito mais dificuldade em ser livre do que na era fascista e colonial. Outrora, face à própria circunstância indefinida que se vivia, ousar-se livre, invocava-se inconscientemente a ira dos “Senhores”, sob pena de ser capturado, torturado, exilado, morto e jogado ao rio.

Hoje, a situação é ainda pior por estarmos a viver um tempo diferente, um período revolucionário, onde nós somos os fascistas e distratores da nossa própria gente. Se não compactuas com as ideias e políticas partidárias, és um filho ingrato à pátria, denigrem-te a imagem, criam-se calúnias sobre ti, desacreditam os teus estudos e os teus méritos, tiram-te o emprego e deixam-te sem pão e sem abrigo, a ti e aos teus filhos e esposa (por acaso isto não é combustível ardente de ditadura pura?).

Samora Machel dizia e de bom tom que o neocolonialismo voltaria de tom preto, onde a palavra “democracia” seria a camuflagem do anti-direito de exercer a liberdade, sobretudo a de pensar. A mass mídia, através dos seus jornalistas e comentadores de plantão (conservadores das políticas de manutenção do poder), atingiriam o clímax sempre que o assunto fosse defender as políticas demagógicas, os projectos cheios de esperança rasa, dariam mérito a tudo que refletisse uma imagem mascarada da realidade.

Mas, nunca se levantariam diante das inúmeras injustiças sociais e do custo elevado de vida que remete as pessoas a viverem na linha da pobreza extrema. Todavia, combateriam quem o fizesse.

Temos todos o direito de exercer a liberdade de nos expressarmos. O direito de pensar é absoluto, pautado na Constituicação da República. Devemos aprender a combater as ideias e não as pessoas, devemos ter humildade de dizer “não concordo com o que dizes” sem declarar guerra...

Porém, este exercício deve ser pluralista. O mesmo direito que nos deixa quietos diante duma injustiça, deve-se dar àqueles que se manifestam diante das más acções que as infligem.

Segundo a lei Newtoniana, a natureza é objectiva, e para toda acção há uma reacção igual ou superior.

Se te manténs calado quando as pessoas morrem de fome, morrem por falta de assistência médica e medicamentosa, quando são privadas de uma educação de qualidade, devias também por respeito ao direito das outras pessoas manter-se calado quando as mesmas manifestam-se, pois, ao não fazê-lo, tornas-te confuso. Mas defenderei igualmente até a morte o teu direito de fazê-lo, sendo que, por cá, apenas devem pensar aqueles que defendem o sistema governativo em prol de um bem patriótico, mas que apenas um grupo menor vê os benefícios.

Desde já reitero que contra estas ideias e este sistema viciado em que se sedimenta a nossa luta., como a água corrente contorna os seus obstáculos, os penalizados sempre se levantarão para seguir o seu caminho, em defesa dos seus direitos e do bem estar comum. Portanto, não se distraiam, fiquem bem atentos à jogada.

Como dizia Chomsky, no seu artigo Visões alternativas, “Manter o povo na ignorância, alimentando ideais medíocres - A qualidade da educação dada às classes socialmente inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância entre estas e as classes altas permaneça inalterada no tempo, e seja impossível alcançar uma autêntica igualdade de oportunidade para todos.

Estimular uma complacência com a mediocridade - A vulgaridade, incultura e o ser mal-falado ou admirar personagens sem talento estão na moda.

O elemento primordial do controlo social é a estratégia da distracção, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites sociais, políticas e económicas. A isso chamamos de armas silenciosas para guerras tranquilas”.

Então, se não desejas ajudar, não atrapalha. A nossa liberdade não é negociável.

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Leos Seke

Engenheiro e escritor

Amante da escrita e da leitura, Leos Seke é um pensador, formador de opinião e artista nato, tendo se distinguido durante algum tempo no estilo musical RAP.

Quando os discursos oficiais do Governo tornam-se agressivos e musculados, devemos adoptar uma mentalidade flexível, resistente, capaz de amortecê-lo.

Por hoje, em pleno séc XXI, há muito mais dificuldade em ser livre do que na era fascista e colonial. Outrora, face à própria circunstância indefinida que se vivia, ousar-se livre, invocava-se inconscientemente a ira dos “Senhores”, sob pena de ser capturado, torturado, exilado, morto e jogado ao rio.

Hoje, a situação é ainda pior por estarmos a viver um tempo diferente, um período revolucionário, onde nós somos os fascistas e distratores da nossa própria gente. Se não compactuas com as ideias e políticas partidárias, és um filho ingrato à pátria, denigrem-te a imagem, criam-se calúnias sobre ti, desacreditam os teus estudos e os teus méritos, tiram-te o emprego e deixam-te sem pão e sem abrigo, a ti e aos teus filhos e esposa (por acaso isto não é combustível ardente de ditadura pura?).

Samora Machel dizia e de bom tom que o neocolonialismo voltaria de tom preto, onde a palavra “democracia” seria a camuflagem do anti-direito de exercer a liberdade, sobretudo a de pensar. A mass mídia, através dos seus jornalistas e comentadores de plantão (conservadores das políticas de manutenção do poder), atingiriam o clímax sempre que o assunto fosse defender as políticas demagógicas, os projectos cheios de esperança rasa, dariam mérito a tudo que refletisse uma imagem mascarada da realidade.

Mas, nunca se levantariam diante das inúmeras injustiças sociais e do custo elevado de vida que remete as pessoas a viverem na linha da pobreza extrema. Todavia, combateriam quem o fizesse.

Temos todos o direito de exercer a liberdade de nos expressarmos. O direito de pensar é absoluto, pautado na Constituicação da República. Devemos aprender a combater as ideias e não as pessoas, devemos ter humildade de dizer “não concordo com o que dizes” sem declarar guerra...

Porém, este exercício deve ser pluralista. O mesmo direito que nos deixa quietos diante duma injustiça, deve-se dar àqueles que se manifestam diante das más acções que as infligem.

Segundo a lei Newtoniana, a natureza é objectiva, e para toda acção há uma reacção igual ou superior.

Se te manténs calado quando as pessoas morrem de fome, morrem por falta de assistência médica e medicamentosa, quando são privadas de uma educação de qualidade, devias também por respeito ao direito das outras pessoas manter-se calado quando as mesmas manifestam-se, pois, ao não fazê-lo, tornas-te confuso. Mas defenderei igualmente até a morte o teu direito de fazê-lo, sendo que, por cá, apenas devem pensar aqueles que defendem o sistema governativo em prol de um bem patriótico, mas que apenas um grupo menor vê os benefícios.

Desde já reitero que contra estas ideias e este sistema viciado em que se sedimenta a nossa luta., como a água corrente contorna os seus obstáculos, os penalizados sempre se levantarão para seguir o seu caminho, em defesa dos seus direitos e do bem estar comum. Portanto, não se distraiam, fiquem bem atentos à jogada.

Como dizia Chomsky, no seu artigo Visões alternativas, “Manter o povo na ignorância, alimentando ideais medíocres - A qualidade da educação dada às classes socialmente inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância entre estas e as classes altas permaneça inalterada no tempo, e seja impossível alcançar uma autêntica igualdade de oportunidade para todos.

Estimular uma complacência com a mediocridade - A vulgaridade, incultura e o ser mal-falado ou admirar personagens sem talento estão na moda.

O elemento primordial do controlo social é a estratégia da distracção, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites sociais, políticas e económicas. A isso chamamos de armas silenciosas para guerras tranquilas”.

Então, se não desejas ajudar, não atrapalha. A nossa liberdade não é negociável.

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