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“A História do país tem sido deturpada por causa de fins políticos”, considera N´zau Puna

“A História do país tem sido deturpada por causa de fins políticos”, considera N´zau Puna
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O deputado angolano Miguel N´Zau Puna considera que a História do país tem sido deturpada por causa de fins políticos, afirmando que “dói muito para quem participou, na primeira pessoa, na luta de libertação, não como um figurino, mas como um combatente destacado da linha da frente, envolvido na tomada de decisões e na condução da luta política e militar, assistir impavidamente a um processo de deturpação da História do país, com mentiras bem montadas e bem calculadas para fins políticos”.

O também nacionalista, que não avançou a que “mentiras” se referia, fez essas declarações ontem, em Luanda, durante o lançamento do livro “Mal me querem - A história de Angola na voz de quem a fez. Um testemunho sem meias-palavras”, quando esclareceu que foi por isso que entendeu que, se nada fizesse, teria muita pena “porque estaria a privar a geração actual de conhecer a verdade ou, pelo menos, parte da verdade indispensável para a compreensão da verdade no seu todo”.

O antigo dirigente da UNITA e actualmente deputado do MPLA considerou-se ainda, durante a cerimónia que contou com a presença de deputados de diferentes forças políticas, com efeito, testemunha e agente da História política contemporânea de Angola, onde, na sua óptica, os historiadores profissionais são chamados a investigar e a escrever. 

O ex-guerrilheiro reconhece que, como nacionalista, tem uma responsabilidade importante na construção de uma história credível do país - sem deturpações - que possam espelhar às novas gerações o quanto custou a conquista da liberdade e da democracia nacional.

Sobre a obra, N´Zau Puna disse que acaba por ser um livro de memórias de um homem que muito cedo se viu metido em sarilhos, pois com a independência do Congo e com o fervilhar do movimento independentista em África, as autoridades coloniais portuguesas afinaram a máquina de repressão política, através da PIDE-DGS, a então polícia política.

Afirmou também ter sido nessa altura que abandonou tudo e fugiu para o Congo. “Não tinha consciência que aquela fuga iria marcar uma grande viragem na minha vida e que aquela viagem sem retorno conduzir-me-ia a tantas outras viagens dentro e fora do continente”, frisou, continuando que foi para a luta porque acreditava naquilo que lhe foi incutido: “era preciso emancipar os povos africanos e resgatar a nossa identidade ofuscada pelo colonialismo”.

O autor diz fazer parte da geração de homens e mulheres que sacrificou toda a juventude para que hoje os angolanos tivessem uma pátria, um hino e uma bandeira e, entretanto, espera que o livro seja um instrumento de consulta para os estudiosos das dinâmicas políticas em Angola e possa ter alguma utilidade para todos aqueles que pretendem aprofundar os conhecimentos sobre a História Contemporânea de Angola.

O livro, com mais de 250 páginas, foi apresentado pelo deputado Raul Tati, que na ocasião disse ser necessário fazer-se a construção da verdadeira História de Angola, que deve partir de contribuições como as de Miguel N´Zau Puna, de acordo com o Jornal de Angola.

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Redacção

O deputado angolano Miguel N´Zau Puna considera que a História do país tem sido deturpada por causa de fins políticos, afirmando que “dói muito para quem participou, na primeira pessoa, na luta de libertação, não como um figurino, mas como um combatente destacado da linha da frente, envolvido na tomada de decisões e na condução da luta política e militar, assistir impavidamente a um processo de deturpação da História do país, com mentiras bem montadas e bem calculadas para fins políticos”.

O também nacionalista, que não avançou a que “mentiras” se referia, fez essas declarações ontem, em Luanda, durante o lançamento do livro “Mal me querem - A história de Angola na voz de quem a fez. Um testemunho sem meias-palavras”, quando esclareceu que foi por isso que entendeu que, se nada fizesse, teria muita pena “porque estaria a privar a geração actual de conhecer a verdade ou, pelo menos, parte da verdade indispensável para a compreensão da verdade no seu todo”.

O antigo dirigente da UNITA e actualmente deputado do MPLA considerou-se ainda, durante a cerimónia que contou com a presença de deputados de diferentes forças políticas, com efeito, testemunha e agente da História política contemporânea de Angola, onde, na sua óptica, os historiadores profissionais são chamados a investigar e a escrever. 

O ex-guerrilheiro reconhece que, como nacionalista, tem uma responsabilidade importante na construção de uma história credível do país - sem deturpações - que possam espelhar às novas gerações o quanto custou a conquista da liberdade e da democracia nacional.

Sobre a obra, N´Zau Puna disse que acaba por ser um livro de memórias de um homem que muito cedo se viu metido em sarilhos, pois com a independência do Congo e com o fervilhar do movimento independentista em África, as autoridades coloniais portuguesas afinaram a máquina de repressão política, através da PIDE-DGS, a então polícia política.

Afirmou também ter sido nessa altura que abandonou tudo e fugiu para o Congo. “Não tinha consciência que aquela fuga iria marcar uma grande viragem na minha vida e que aquela viagem sem retorno conduzir-me-ia a tantas outras viagens dentro e fora do continente”, frisou, continuando que foi para a luta porque acreditava naquilo que lhe foi incutido: “era preciso emancipar os povos africanos e resgatar a nossa identidade ofuscada pelo colonialismo”.

O autor diz fazer parte da geração de homens e mulheres que sacrificou toda a juventude para que hoje os angolanos tivessem uma pátria, um hino e uma bandeira e, entretanto, espera que o livro seja um instrumento de consulta para os estudiosos das dinâmicas políticas em Angola e possa ter alguma utilidade para todos aqueles que pretendem aprofundar os conhecimentos sobre a História Contemporânea de Angola.

O livro, com mais de 250 páginas, foi apresentado pelo deputado Raul Tati, que na ocasião disse ser necessário fazer-se a construção da verdadeira História de Angola, que deve partir de contribuições como as de Miguel N´Zau Puna, de acordo com o Jornal de Angola.

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