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A cor do meu voto

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Chegou o dia mais aguardado do ano, o dia em que faremos a escolha de como poderá ser a nossa vida nos próximos cinco anos. O dia em que vamos pesar alguns aspectos e pôr o X dentro do quadrado sem deixar sair nenhuma das pontas para fora, para não anular tão importante momento, tao importante acto, o voto!

Para alguns a escolha já esta feita, não há dúvidas, vão escolher com base em vários aspectos como a cor da bandeira que o atraiu, a maratona que mais bateu, aquele em que tem mais kambas, o que tem uma ligação familiar muito forte a ele, o que deu alguma falida, o convenceu com argumentos durante a campanha, o que tinha o som mais atractivo, o partido mais e mais aquilo…

Há ainda outros que estão indecisos, querem votar, mas não estão convencidos, precisam de um empurrão para escolherem com certeza e não se arrependerem depois. Sentem algo por um ou dois partidos, mas não conseguem decidir em qual deles votar. Tem também os indecisos que nem estão com vontade de votar, que não confiam e nem foram convencidos por nenhum dos contendores às eleições de 23/08/2017. Não põe fé nos mesmos, para eles todos são iguais, farão pouco ou nada em prol de quem os vota.

Convém lembrar que há ainda uma franja de angolanos que mesmos querendo votar, sabendo em quem votar, não poderá faze-lo, por questões alheias as suas vontades. Falo dos nossos conterras que vivem fora da banda, fora de Angola, aqueles que vivem na estranja, e que por imperativos já ditos por quem de direito, estão impedidos de exercerem esse direito, enquanto angolanos. Para puderem votar deveriam ter-se deslocado para ca por altura do registo e da actualizaçao para então serem cadastrados e reconfirmados, e a seguir, seriam obrigados a estar ca novamente no dia da votação para molhar o dedo e pôr o X no quadrado. No entanto, algumas questões eles levantam:

- Porque razão até hoje, não foram criadas condições para que os angolanos no estrangeiros pudessem votar?

- Porque razão as condições de vida dos angolanos no estrangeiro parecem não importar para nenhum dos candidatos, que não se dignaram a bater-se de forma séria e convicta por eles?

- Até quando eles ficarão impedidos de exercerem esse direito?

- Com que dinheiro os mesmos comprariam os bilhetes para virem cá registar-se, confirmar e votar, se para conseguirem as transferências bancárias estão a "xixilar" bué, tanto que são obrigados a passarem por várias vicissitudes!? Os poucos euros e usd que conseguem amealhar à rasca, em vez de usarem em despesas básicas (alimentação, habitação, transporte, luz, água, gás, saúde, educação, etc.), vão gastá-los em passagens de bilhetes (sim, porque a TAAG,  a nossa companhia das bandeiras, só vende bilhetes no estrangeiro em divisas) para depois no regresso passarem mal para se alimentarem e com dividas?

- Será que os centenas de milhares de angolanos no estrangeiro são menos angolanos do que os angolanos que vivem cá no país?

- Qual é o receio que há em deixar os emigrantes angolanos votarem?

Essas são apenas algumas das questões que surgem perante este estranho cenário que já dura há algum tempo e que seria de bom tom e politicamente correcto que se resolvesse e se prestasse o devido apoio e acompanhamento aos nossos "conterras" emigrantes. Enquanto isso, por cá vão se esvaziando os cartuchos e mimando os eleitores com mambos de todos tipos com o objectivo de conquistar os seus preciosos votos.

Mas não adianta só irmos votar hoje e cruzarmos os braços nos restantes 5 anos de mandato de quem ganhar. Nada disso. A responsabilidade de votar faz com que tenhamos também a responsabilidade de fiscalizar a governação de quem foi escolhido, exigir o respeito e cumprimento pelos nossos direitos, respeitar Angola, respeitar o bem público, respeitar as necessidades de vivência dos cidadãos e não só as de sobrevivência e prestar contas. 

Nesse baile de cores e emoções estamos quase todos enquadrados, estou eu também, com as minhas opções, escolhas, tristezas e alegrias, certezas e incertezas, mas com uma esperança viva de que as cenas vão melhorar muito! Em todos esses aspectos só um me mantém em pé, aquele que me dá a confiança para levantar nesse dia 23 e ir votar: O MEU VOTO VALE MUITO!

Se eu não votar, assim como milhares ou milhões, as nossas aspirações ficarão por terra, esquecidas, perdidas, abandonadas ao ferrugem, e deixando-nos na mesmice, no hábito de chorar e reclamar nas ruas e nas redes sociais que nem lata vazia de gasosa (a tal do sal) e girar pelos buracos a fazer barulho, mas a não resolver nem a ver resolvido nada! Vou votar porque sei que o meu voto tem valor, porque 50+1, pode ser o meu a decidir e não vou deixar o destino do meu país nas mãos de cazumbis!

Mas não adianta só irmos votar hoje e cruzarmos os braços nos restantes 5 anos de mandato de quem ganhar. Nada disso. A responsabilidade de votar faz com que tenhamos também a responsabilidade de fiscalizar a governação de quem foi escolhido, exigir o respeito e cumprimento pelos nossos direitos, respeitar Angola, respeitar o bem público, respeitar as necessidades de vivência dos cidadãos e não só as de sobrevivência e prestar contas. "Tá" na hora de começarmos a nos preocuparmos e fazermos muito mais pelo nosso querido país, e chorarmos menos. Vamos lutar para que a victória seja alcançada, vamos fazer desse país o nosso orgulho, tanto que não precisemos de emigrar em busca de saúde, de educação, de roupa, de comida, de trabalho, de vida, de justiça, porque teremos cá na banda e com a qualidade que se espera, excelente! Mas tal desiderato só será possível se nos preocuparmos e exigirmos de quem for eleito que cumpra com as promessas, que se preocupe de facto de governar por todos, com todos e para todos com justiça e sem sede de gasosa!

Angola é nossa, tá na hora de mostrarmos que todos juntos somos e fazemos bem melhor e conseguimos cuidar bem dela e dos seus filhos, vamos ser o orgulho das próximas gerações e garantir que essas gerações sejam o orgulho da nossa pátria, pela educação que lhes demos tornando-os em pessoas bem melhor do que nós somos! É por isso que a cor do meu voto é a cor dos mwangoles, a cor de Angola, a cor dessa terra fabulástica e amada, a cor do meu voto é a cor das nossas emoções, das nossas alegrias, das nossas lutas e vitórias, é a cor dos nossos sorrisos, a cor do meu voto é a cor da união para fazer melhor e sentir que o país agradece o que fizermos!

 

 

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Carlos Renato

Cronista

Chegou o dia mais aguardado do ano, o dia em que faremos a escolha de como poderá ser a nossa vida nos próximos cinco anos. O dia em que vamos pesar alguns aspectos e pôr o X dentro do quadrado sem deixar sair nenhuma das pontas para fora, para não anular tão importante momento, tao importante acto, o voto!

Para alguns a escolha já esta feita, não há dúvidas, vão escolher com base em vários aspectos como a cor da bandeira que o atraiu, a maratona que mais bateu, aquele em que tem mais kambas, o que tem uma ligação familiar muito forte a ele, o que deu alguma falida, o convenceu com argumentos durante a campanha, o que tinha o som mais atractivo, o partido mais e mais aquilo…

Há ainda outros que estão indecisos, querem votar, mas não estão convencidos, precisam de um empurrão para escolherem com certeza e não se arrependerem depois. Sentem algo por um ou dois partidos, mas não conseguem decidir em qual deles votar. Tem também os indecisos que nem estão com vontade de votar, que não confiam e nem foram convencidos por nenhum dos contendores às eleições de 23/08/2017. Não põe fé nos mesmos, para eles todos são iguais, farão pouco ou nada em prol de quem os vota.

Convém lembrar que há ainda uma franja de angolanos que mesmos querendo votar, sabendo em quem votar, não poderá faze-lo, por questões alheias as suas vontades. Falo dos nossos conterras que vivem fora da banda, fora de Angola, aqueles que vivem na estranja, e que por imperativos já ditos por quem de direito, estão impedidos de exercerem esse direito, enquanto angolanos. Para puderem votar deveriam ter-se deslocado para ca por altura do registo e da actualizaçao para então serem cadastrados e reconfirmados, e a seguir, seriam obrigados a estar ca novamente no dia da votação para molhar o dedo e pôr o X no quadrado. No entanto, algumas questões eles levantam:

- Porque razão até hoje, não foram criadas condições para que os angolanos no estrangeiros pudessem votar?

- Porque razão as condições de vida dos angolanos no estrangeiro parecem não importar para nenhum dos candidatos, que não se dignaram a bater-se de forma séria e convicta por eles?

- Até quando eles ficarão impedidos de exercerem esse direito?

- Com que dinheiro os mesmos comprariam os bilhetes para virem cá registar-se, confirmar e votar, se para conseguirem as transferências bancárias estão a "xixilar" bué, tanto que são obrigados a passarem por várias vicissitudes!? Os poucos euros e usd que conseguem amealhar à rasca, em vez de usarem em despesas básicas (alimentação, habitação, transporte, luz, água, gás, saúde, educação, etc.), vão gastá-los em passagens de bilhetes (sim, porque a TAAG,  a nossa companhia das bandeiras, só vende bilhetes no estrangeiro em divisas) para depois no regresso passarem mal para se alimentarem e com dividas?

- Será que os centenas de milhares de angolanos no estrangeiro são menos angolanos do que os angolanos que vivem cá no país?

- Qual é o receio que há em deixar os emigrantes angolanos votarem?

Essas são apenas algumas das questões que surgem perante este estranho cenário que já dura há algum tempo e que seria de bom tom e politicamente correcto que se resolvesse e se prestasse o devido apoio e acompanhamento aos nossos "conterras" emigrantes. Enquanto isso, por cá vão se esvaziando os cartuchos e mimando os eleitores com mambos de todos tipos com o objectivo de conquistar os seus preciosos votos.

Mas não adianta só irmos votar hoje e cruzarmos os braços nos restantes 5 anos de mandato de quem ganhar. Nada disso. A responsabilidade de votar faz com que tenhamos também a responsabilidade de fiscalizar a governação de quem foi escolhido, exigir o respeito e cumprimento pelos nossos direitos, respeitar Angola, respeitar o bem público, respeitar as necessidades de vivência dos cidadãos e não só as de sobrevivência e prestar contas. 

Nesse baile de cores e emoções estamos quase todos enquadrados, estou eu também, com as minhas opções, escolhas, tristezas e alegrias, certezas e incertezas, mas com uma esperança viva de que as cenas vão melhorar muito! Em todos esses aspectos só um me mantém em pé, aquele que me dá a confiança para levantar nesse dia 23 e ir votar: O MEU VOTO VALE MUITO!

Se eu não votar, assim como milhares ou milhões, as nossas aspirações ficarão por terra, esquecidas, perdidas, abandonadas ao ferrugem, e deixando-nos na mesmice, no hábito de chorar e reclamar nas ruas e nas redes sociais que nem lata vazia de gasosa (a tal do sal) e girar pelos buracos a fazer barulho, mas a não resolver nem a ver resolvido nada! Vou votar porque sei que o meu voto tem valor, porque 50+1, pode ser o meu a decidir e não vou deixar o destino do meu país nas mãos de cazumbis!

Mas não adianta só irmos votar hoje e cruzarmos os braços nos restantes 5 anos de mandato de quem ganhar. Nada disso. A responsabilidade de votar faz com que tenhamos também a responsabilidade de fiscalizar a governação de quem foi escolhido, exigir o respeito e cumprimento pelos nossos direitos, respeitar Angola, respeitar o bem público, respeitar as necessidades de vivência dos cidadãos e não só as de sobrevivência e prestar contas. "Tá" na hora de começarmos a nos preocuparmos e fazermos muito mais pelo nosso querido país, e chorarmos menos. Vamos lutar para que a victória seja alcançada, vamos fazer desse país o nosso orgulho, tanto que não precisemos de emigrar em busca de saúde, de educação, de roupa, de comida, de trabalho, de vida, de justiça, porque teremos cá na banda e com a qualidade que se espera, excelente! Mas tal desiderato só será possível se nos preocuparmos e exigirmos de quem for eleito que cumpra com as promessas, que se preocupe de facto de governar por todos, com todos e para todos com justiça e sem sede de gasosa!

Angola é nossa, tá na hora de mostrarmos que todos juntos somos e fazemos bem melhor e conseguimos cuidar bem dela e dos seus filhos, vamos ser o orgulho das próximas gerações e garantir que essas gerações sejam o orgulho da nossa pátria, pela educação que lhes demos tornando-os em pessoas bem melhor do que nós somos! É por isso que a cor do meu voto é a cor dos mwangoles, a cor de Angola, a cor dessa terra fabulástica e amada, a cor do meu voto é a cor das nossas emoções, das nossas alegrias, das nossas lutas e vitórias, é a cor dos nossos sorrisos, a cor do meu voto é a cor da união para fazer melhor e sentir que o país agradece o que fizermos!

 

 

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