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40 países dispõem de políticas que regulam o uso de medicamentos tradicionais, declarou Matshidiso Moeti

40 países dispõem de políticas que regulam o uso de medicamentos tradicionais, declarou Matshidiso Moeti
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A directora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África, Matshidiso Moeti, declarou que 40 países dispõem agora de políticas que regulam o uso de medicamentos tradicionais, contra oito países em 2000, e muitos integraram a medicina tradicional nas suas políticas nacionais de saúde e criaram quadros regulamentares para os praticantes de medicina tradicional.

De acordo com a responsável, que falou a propósito do Dia da Medicina Tradicional Africana, assinalado no dia 31 de Agosto, continuou, no seu discurso em alusão á data, que as instituições académicas de 24 países oferecem actualmente cursos de medicina tradicional a estudantes de farmácia e medicina.

Em 17 países, fez saber ainda a dirigente, são criadas vias de encaminhamento entre os praticantes de medicina tradicional e convencional, e oito países estão a reforçar a prestação integrada de serviços de medicina convencional e tradicional, sendo que no Gana, por exemplo, a disponibilidade de serviços integrados duplicou, passando de 19 unidades que oferecem estes serviços em 2012 para 40 em 2020.

Ainda de acordo com Matshidiso Moeti, a África do Sul, o Gana e o Mali criaram um seguro de saúde parcial para produtos e serviços de medicina tradicional, protegendo assim as pessoas de dificuldades financeiras em conformidade com as medidas levadas a cabo para alcançar a cobertura universal de saúde.

“Existem agora mais de 34 institutos de investigação dedicados à medicina tradicional africana. Em 15 países, o financiamento público é alocado regularmente à investigação em medicina tradicional. Foram emitidas quase 90 autorizações de comercialização nacional de medicamentos à base de plantas, e mais de 40 dessas autorizações estão incluídas nas listas nacionais de medicamentos essenciais. O cultivo em larga escala de plantas medicinais também está a aumentar, juntamente com a produção local de medicamentos à base de plantas”, informou, tendo relevado que estas realizações demonstram os progressos significativos alcançados na regulamentação e promoção da medicina tradicional africana.

Para tirar partido dos progressos alcançados, são necessários mais dados sobre a segurança, eficácia e qualidade das preparações tradicionais à base de plantas, bem como uma aplicação mais estrita dos quadros regulamentares e a utilização de plataformas mais avançadas para partilhar e salvaguardar o saber da medicina tradicional para as gerações futuras, lê-se no comunicado a que tivemos acesso.  

Nesse sentido, a governante exortou os governos, as instituições académicas e de investigação, os praticantes de medicina tradicional e convencional e o sector privado a reforçarem a colaboração, sublinhado que, ao trabalharem em conjunto, as partes interessadas poderão melhorar o acesso a medicamentos tradicionais de qualidade fornecidos por equipas de cuidados de saúde integradas nos sistemas nacionais de saúde.

Referiu ainda que a medicina tradicional é usada há séculos para melhorar o bem-estar e continua a desempenhar um papel central nos cuidados de saúde. Inspira-se na rica e única biodiversidade de plantas aromáticas e medicinais do continente e é também uma indústria promissora que merece mais atenção por parte dos países africanos para ser exportada internacionalmente.

Entretanto, durante a pandemia de COVID-19, a medicina tradicional africana tomou o centro das atenções com uma discussão generalizada sobre o COVID-organics, um tónico natural apresentado como um potencial remédio para o vírus da COVID-19.

Sobre o assunto, Matshidiso Moeti afirmou que foram rapidamente tomadas disposições para estudar este remédio que poderá ser produzido em grande escala, caso seja comprovada a sua eficácia.

“A OMS e o CDC de África apoiaram este processo através do desenvolvimento de um protocolo de base para ensaios clínicos de medicamentos tradicionais para a COVID-19 e da criação de um Comité Consultivo Regional que reúne peritos de todo o continente para supervisionar o estudo do COVID-organics e de outros potenciais remédios”, esclareceu.

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

A directora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África, Matshidiso Moeti, declarou que 40 países dispõem agora de políticas que regulam o uso de medicamentos tradicionais, contra oito países em 2000, e muitos integraram a medicina tradicional nas suas políticas nacionais de saúde e criaram quadros regulamentares para os praticantes de medicina tradicional.

De acordo com a responsável, que falou a propósito do Dia da Medicina Tradicional Africana, assinalado no dia 31 de Agosto, continuou, no seu discurso em alusão á data, que as instituições académicas de 24 países oferecem actualmente cursos de medicina tradicional a estudantes de farmácia e medicina.

Em 17 países, fez saber ainda a dirigente, são criadas vias de encaminhamento entre os praticantes de medicina tradicional e convencional, e oito países estão a reforçar a prestação integrada de serviços de medicina convencional e tradicional, sendo que no Gana, por exemplo, a disponibilidade de serviços integrados duplicou, passando de 19 unidades que oferecem estes serviços em 2012 para 40 em 2020.

Ainda de acordo com Matshidiso Moeti, a África do Sul, o Gana e o Mali criaram um seguro de saúde parcial para produtos e serviços de medicina tradicional, protegendo assim as pessoas de dificuldades financeiras em conformidade com as medidas levadas a cabo para alcançar a cobertura universal de saúde.

“Existem agora mais de 34 institutos de investigação dedicados à medicina tradicional africana. Em 15 países, o financiamento público é alocado regularmente à investigação em medicina tradicional. Foram emitidas quase 90 autorizações de comercialização nacional de medicamentos à base de plantas, e mais de 40 dessas autorizações estão incluídas nas listas nacionais de medicamentos essenciais. O cultivo em larga escala de plantas medicinais também está a aumentar, juntamente com a produção local de medicamentos à base de plantas”, informou, tendo relevado que estas realizações demonstram os progressos significativos alcançados na regulamentação e promoção da medicina tradicional africana.

Para tirar partido dos progressos alcançados, são necessários mais dados sobre a segurança, eficácia e qualidade das preparações tradicionais à base de plantas, bem como uma aplicação mais estrita dos quadros regulamentares e a utilização de plataformas mais avançadas para partilhar e salvaguardar o saber da medicina tradicional para as gerações futuras, lê-se no comunicado a que tivemos acesso.  

Nesse sentido, a governante exortou os governos, as instituições académicas e de investigação, os praticantes de medicina tradicional e convencional e o sector privado a reforçarem a colaboração, sublinhado que, ao trabalharem em conjunto, as partes interessadas poderão melhorar o acesso a medicamentos tradicionais de qualidade fornecidos por equipas de cuidados de saúde integradas nos sistemas nacionais de saúde.

Referiu ainda que a medicina tradicional é usada há séculos para melhorar o bem-estar e continua a desempenhar um papel central nos cuidados de saúde. Inspira-se na rica e única biodiversidade de plantas aromáticas e medicinais do continente e é também uma indústria promissora que merece mais atenção por parte dos países africanos para ser exportada internacionalmente.

Entretanto, durante a pandemia de COVID-19, a medicina tradicional africana tomou o centro das atenções com uma discussão generalizada sobre o COVID-organics, um tónico natural apresentado como um potencial remédio para o vírus da COVID-19.

Sobre o assunto, Matshidiso Moeti afirmou que foram rapidamente tomadas disposições para estudar este remédio que poderá ser produzido em grande escala, caso seja comprovada a sua eficácia.

“A OMS e o CDC de África apoiaram este processo através do desenvolvimento de um protocolo de base para ensaios clínicos de medicamentos tradicionais para a COVID-19 e da criação de um Comité Consultivo Regional que reúne peritos de todo o continente para supervisionar o estudo do COVID-organics e de outros potenciais remédios”, esclareceu.

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